terça-feira, 8 de maio de 2007

BEETHOVEN, Ludwig van - Abertura Coriolano, Op. 62 em do menor

Coriolano foi escrita por volta de um ano após escrever Leonore III e pertence ao mesmo período do Quarto Concerto para piano, do Concerto para Violino e do Quarteto de Cordas Razumovsky. Foi escrita para servir de abertura a uma tragédia, do mesmo nome, do jurista e poeta Heinrich-Joseph von Collin, secretário civil do imperador da Áustria, baseada na vida dos homens ilustres gregos e romanos de Plutarco.
Alguns jornais da época, datados de 8 de março, mencionam apresentações privadas da obra na casa do Príncipe L., que poderia ter sido o Príncipe Lobkowitz ou do Príncipe Lichnowsky, ambos constavam patronos e amigos de Beethoven. Alguns historiadores admitem a possibilidade dessa obras ter sido tocada em ambos os palácios.
A cena acontece com um conflito entre Coriolano e Volumnia, entre o general rebelde ansioso por vingar as injustiças que lhe foram impostas e sua mãe clamando por perdão.
Aqui o herói é o general Coriolano, inimigo de sua pátria, chefe de uma facção patrícia e depois do exército dos Volscos, que consegue humilhar o senado romano e que só cede mediante as súplicas de sua mãe e de sua esposa, vindo a perecer como traidor, sob os golpes de seu exército revoltado.
A obra foi escrita em 1807 e a sua primeira apresentação foi no mesmo ano em Viena e possui uma estrutura semelhante ao que chamamos hoje de Poema Sinfônico. É formada por dois temas, sendo que o poema inicial representa a índole rude do general Coriolano e o segundo tema representa o seu rival Volumnia.
A tonalidade de do menor freqüentemente é utilizada por Beethoven para indicar a rebelião apaixonada. O sentimento de furor, raiva está presente na obra com os fortes acordes que são apresentados no início da obra.
Beethoven está tão obcecado pelo descritivo que a abertura não está escrita na forma sonata. Na Coda, ouvimos o tema de Volumnia implorando pela terceira vez a seu filho, e aqui a mudança de tonalidade menor, mostrando a sensação de desespero, mas nesse ponto que seu filho é vencido. Finalmente o tema da abertura retoma a tonalidade de do menor, mas a truculência se dissolve para ser substituída pela nulidade sem esperanças quando Coriolano percebe que qualquer ato de misericórdia significará sua morte.

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